Kitganhardinheiroonline

sábado, 18 de dezembro de 2010

Lendas do futuro - O governo do povo



São sete e meia da tarde, saio daqui meia a hora do trabalho, estou cansado já, o calor é insuportável, mas na verdade já nem me lembro mais do que é sentir frio, desde que o verão eterno começou há uns 10 anos. No começo achei legal, poucas roupas, praia o ano inteiro e mulheres com poucas roupas, mas depois de um tempo e das complicações devido aos raios ultravioletas, sem o filtro da camada de ozônio, tais como câncer de pele e novas doenças devido à desidratação, sentimos falta das estações.
Lembro-me de um tempo em que as janelas não eram negras e ainda podíamos andar à luz do dia antes das três horas da tarde. Agora isso é quase um suicídio. A verdade é que o mundo mudou muito; algumas coisas para pior, outras melhoraram, e muito. O tema da minha coluna de hoje é o @governo.
Os jovens de hoje não se lembram disso, mas houve um tempo, quando eu era um rapaz e a Internet ainda engatinhava e usávamos computadores, isso mesmo: se chamavam assim, eram máquinas estranhas, e se dividiam em monitor, teclado, mouse, e gabinete, isso mesmo, tudo era separado! E separados de nós mesmos! As crianças e meus netos se divertem quando conto essas histórias, acham muito ridículo! Mas era assim. E o @governo? Era mais ridículo ainda! E funcionava mais ou menos assim: As pessoas, num determinado dia do ano, escolhiam, através de voto, que primeiro era num pedaço de papel, não riam, e depois numa máquina onde se apertavam botões coloridos, não riam, as pessoas que representariam seus direitos e necessidades num circo de horrores chamado congresso.
O que acontecia era que a maioria das pessoas não sabia o poder que davam a essas pessoas e muitas delas se vendiam por muito pouco, por comida, roupa, migalhas ou até mesmo por um sorriso falso e um tapinha nas costas! Isso mesmo. Ah! E por dinheiro... de papel! É sério, o capital era totalmente diferente e era um monte de papel cheio de bactérias de que todo mundo corria atrás a qualquer custo! Nisso evoluímos muito também. Então, nesse tal congresso, que era na verdade uma construção cheia de cadeiras que normalmente ficava vazia, e só em raros momentos quando convinha aos interessados representantes, se preenchiam num chamado quórum e votavam algo inútil ao povo, como o aumento dos próprios salários. Aí cheguei ao ponto, esses representantes tinham salários!!! Recebiam um enorme montante de capital para não fazer nada além de passear pelo mundo e votar projetos em causas próprias, enquanto milhares de pessoas viviam numa coisa chamada miséria, que graças à #NovaDemocracia, conseguimos eliminar. As pessoas viviam em caixas de madeira, ou em cubículos de tijolos sem reboco amontoadas umas em cima das outras, que desmoronavam quando chovia forte, mal tinham o que comer e muitas, mas muitas mesmo, mal dormiam à noite, coisa de uma a duas horas e trabalhavam o tempo todo e se espremiam em trens, algo como nossos túneis móveis, mas muito pior, e nos ônibus, que eram menores que os trens, tinham rodas e foram extintos quando a emissão de gases foi finalmente transformada em crime contra a humanidade. E a saúde, naquela época, deveria ser chamada de doença pública, pois era tão precária que era somente uma ilusão de cura, muitas pessoas esperavam meses e anos em uma fila para exame ou transplante, isso mesmo, existia fila para uma pessoa ter a chance de se curar, e muitos morriam nela.
Mas voltando ao assunto de hoje, o @governo era formado pelos chamados eleitos pelo povo, mas na verdade quem elegia os governantes era a mídia, quando ainda era separada da Internet, a televisão era quem comandava a mente das pessoas e faziam a pessoa acreditar no que eles quisessem, desde que um produto era bom para beber até que uma pessoa com ficha criminal quilométrica seria a melhor para governá-los.
Então esses eleitos detinham todo o poder de decisão sobre o que nós precisávamos, e vocês pensam que eles se preocupavam conosco? Nem um pouco, e ainda recebiam quantias absurdas para nos humilhar e roubar sem que pudéssemos fazer nada além de reclamar e chorar ao vermos nossos filhos com fome ou doentes. E a desculpa era óbvia, nós havíamos escolhido esses representantes! E as coisas pareciam que seriam eternamente assim; quando o caos chegou a um tal ponto insuportável em que as pessoas decidiram enfim tomar uma atitude, existiam já na Internet coisas como uma chamada transparência fiscal, onde as pessoas poderiam ver onde o recurso estava sendo gasto e então com o avanço da Internet, começou a revolução sem armas. Indignados, os cidadãos se reuniram nas então chamadas redes sociais e fizeram, sem passeatas ou confrontos, a transição para a #Nova Democracia, pois a antiga não cumpria com o significado real de governo pelo povo que a palavra democracia contém e foram depostos todos os políticos que estavam no poder naquele momento e eleitos virtualmente pessoas com índole incontestável e que não receberiam salário algum, pois além de já serem pessoas bem sucedidas, na #Nova Democracia os novos políticos seriam como os antigos reis do século XX que estavam ali somente como um símbolo sem poder real algum. Os programadores de ponta criaram então as ferramentas primeiras pelas quais o povo teria condição de votar os melhores projetos através da Internet, todos os cidadãos aos poucos se cadastraram no site Governo e receberam sua senha genética que lhes permitia votar Leis, projetos e todas as principais decisões do país. Assim, tanto os pobres quanto os ricos tinham o mesmo peso durante as decisões, o @conselho, formado pelos @íntegros, apenas verificava a validade dos votos e executava as decisões. E assim, graças a #NovaDemocracia, em uma década conseguimos acabar com a miséria, conseguimos acabar com o problema de moradia, e principalmente conseguimos melhorar e muito a saúde de nossos habitantes, acabaram-se as filas e com os recursos direcionados a pesquisas conseguimos a cura para as principais doenças fatais que nos amedrontaram durante muito tempo, com o correto investimento em educação conseguimos evoluir em muito nossa tecnologia e diminuir em muito nossa jornada de trabalho e, aliás, já estava me esquecendo, acho que já falei bastante sobre este assunto, na próxima coluna falarei um pouco sobre o #VerãoEterno, agora tenho que entrar no @governo porque faltam só quinze minutos para votarmos no #ProjetodeAumentodeTempoparaaFamília! E você, já votou? Se não, vote já! Ainda é tempo!


@peter_cabral/petercabral1@hotmail.com

terça-feira, 14 de dezembro de 2010


Agora tudo é novo de novo!
O inesperado a cada dia me visita,
E a surpresa nasce a cada amanhecer.
E sou dono de tudo, do Sol...
Quando me banho nos seus raios,
E da terra quando colho seus frutos.
Amo a vida, amo viver,
Aceito e agradeço toda graça divina.
Peço e recebo como em Mateus 7:7.
Amo a Deus e sinto seu amor...
Como uma fortaleza eterna
Protegida por um guerreiro
Munido do infinito poder da paz.

Você!

É a flor onde só havia espinhos.
É a luz onde caminhava a escuridão.
É sorriso onde corriam lágrimas.
É carinho onde choviam mágoas.
É caminho quando tudo era perdição.
É o Sol onde eu sou a terra.
É a Lua onde eu sou a noite.
É a terra quando sou árvore.
É o ar quando sou um pássaro.
É o mar em que sou um golfinho.
É o fogo que me torna em brasa.
É o instrumento que me toca música.
É o alimento que sacia o peito.
É a água que me mata a sede.
É o prazer que me esquece a dor.
É o sonho que ilumina a realidade.
É o oposto de tudo que é maldade.
É irmã de tudo que é beleza.
É filha de tudo que é verdade.
É a encarnação do mais puro amor...
E é... tudo... pra mim.

Verde vida dos teus olhos


O verde vida dos teus olhos,
Docemente me enlouquece o olhar.
Me envolve e me leva, me prende e liberta.
Na luz da sua alma vivem,
Os seres mágicos, um ser alado,
E o meu coração, meu coração:
Amo quando diz meu nome
E talvez ele exista pra você dizer,
De lá de longe...
Da cidade dos deuses
Brincando com o poder do seu sorriso
De fazer amanhecer.

Venceu o amor de Deus

Quero falar em fé.
Quero falar em Cristo.
Quero falar contigo.
Te chamar irmão.
Quero te falar de Deus
Quero te falar de um plano
Quero falar em línguas,
Falar de salvação.

Quero te falar do amor
De um Pai por um filho
De um Criador por sua criação.

Quero falar do amor
E de um amor sem fim
O amor de Deus por mim.
O amor de um salvador,
Que ao mundo desceu...
E por nossos pecados morreu.
Quero te falar
A vida é uma história
Onde o amor venceu.
O amor venceu.
O amor de Deus.
O amor de Deus venceu.

O amor venceu,
O pecado.
O amor venceu,
A morte.
O amor venceu,
O mundo.
Venceu o amor de Deus

Vazio

Já me senti um Sol,
E nem gigante fui.
Vermelha, somente a sensação,
Antecessora ao fim.
E frio, tão frio...
Vazio.
Morreu com frio,
O meu eu Sol.
Minha luz caiu
E me tornei pó.
Um pedacinho,
De poeira estelar.
Meio sem caminho.
Meio sem lugar.
Meio sem carinho.
Meio sem amar.

Um ser do único amor

Temos amado tanto sem saber amar.
Vamos amando aos poucos os nossos pecados.
Vamos amando os poucos e aos pedaços.
E amamos mais a praia que o mar.

Amamos tão errado e todos podem ver,
O que sentimos pelos lucros infinitos,
E como nos é querido aquilo que pudermos obter.

Ter a casinha que desenhávamos na infância não é bonito?
Ter também quando adultos seus carrinhos de bater.

E por fim do horror amamos mais o sexo que o amor,
Mais a tensão que a calma, mais o corpo que alma.
E amamos coisas que não fazem nenhum sentido.
Tudo que tenha matéria e possamos pegar e usar,
E amamos coisas que nos destroem como tomamos comprimidos.

Será que um dia amaremos o outro como a nós mesmos?
E todos como o tudo e a tudo como a todos?
E será que seremos um dia um ser do único amor?

Um dia sem você

Meu amor, não vivo mais um dia sem você.
E se viver, eu preferirei estar morto.
Porque morto eu sei que não posso ter,
O seu olhar, o seu sorriso, tudo o que mais preciso.
E vivo sem você...
Mas vivo sem você é um absurdo!
Por que eu posso te olhar, te tocar, te querer.
Por que eu posso te ouvir cantar e te ver dançar.
E eu posso sentir o seu sorriso,
Brilhando no meu coração.
Posso navegar, no universo do seu olhar.
Posso ver meu futuro nas linhas do seu rosto,
Eu sou um rio correndo para seu mar.
Como um oposto atraído ao oposto,
Como um ímpar que se torna par.
Meu amor, acho que não vivo mais um dia,
Sem beijar você...
Salva a minha vida!
Por que se eu morrer...
Você não saberá pra onde olhar com aquele olhar.
Nem onde eu estarei quando sorrir aquele sorriso.
Se morrer levo comigo sua dúvida e a esperança.
Mas meu amor é de vida e viver que eu preciso.
Por que um dia sem você é uma Idade das Trevas.
Uma prisão perpétua em um presídio solitário.
Num dia sem você,
Sou mais triste que Adão quando não existia Eva.

Tudo

Todas as coisas se resumem em si.
E na imensidão de sis que cada coisa é.
Tudo é uma coisa só!
Ou o contrário?
O big bem foi uma regressão,
Propiciando a crescente separação
do que deveria continuar puro?
E às vezes me pergunto,
O que fazem o Sol e a Lua,
Dentro do meu copo d´água?
Estou inteiro,
Em cada DNA,
E o meu destino,
Está agendado nos astros.
Minhas mãos guardam histórias,
De aventuras que viverei,
Falam verdades minhas,
Coisas que nem eu sei.
Tudo é uma ciosa só!
Sou soluto e solvente,
Alma, átomo e sou gente.
E o eu faço,
Com esse casal safado,
Na minha xícara de café?
Sou na cidade, cidadão.
Nada sou na multidão.
Tem deserto, sou um grão.
E quantos zilhões de ecossistemas,
São precisos para se trocar uma lâmpada?
Dizimo uma metrópole,
A cada gostosa que passa.
Durmo tranqüilo e se sonho,
Quem me tira o direito de estar acordado?
Tudo é uma coisa só!
Gosto de pensar assim,
Quando só não me sinto sozinho,
Tendo o universo inteiro em mim.
E vê se pode,
A Lua teve um Solzinho,
No meu leite com Tody.

Tristeza

Me ouçam, quem tiver coração, ouça!

Estive tão triste, que toda alegria em mim parecia dor,
E os sorrisos passados eram facas em minh´alma.
E eis que beijei a tristeza nos lábios,
Olhei-a nos olhos e lhe disse adeus.
Assim fiz quando descobri que era muito fácil.
Entenda. Gosto de desafio, e o fácil não o é, não é?
A tristeza me foi fácil, veio sedenta de minhas lágrimas,
Como puta que nem cobra porque gosta.
Se apegou a mim como se apega a todos,
Que de tristeza gostam.
E me tratou tão bem que cansei.
Se quiser a Tristeza vou te ensinar como conquistá-la,
Mas não aconselho pois já disse, ela é muito fácil.
Qualquer um pode ter e ninguém gosta dela,
Mas se mesmo assim quiser a Tristeza,
Primeiro não olhe para a Luz, por que a Luz é linda!
Você pode se apaixonar perdidamente pelo seu olhar,
E a Luz é difícil, poucos a conseguem.
Muitos enlouqueceram ao ver a Luz
E outros tantos por não poder conhecê-la
E desfrutar da felicidade.
Pois todos que vêem a Luz sabem que ela é a felicidade.
Mas a Tristeza é fácil e se entrega a todos
Os que não conseguiram a Luz.
Basta não olhar para a Luz e será de Tristeza.
Esqueça a si mesmo e esqueça a Luz
E a Tristeza te acompanhará.
Desista da sua vida, dos seus sonhos,
E Ela estará lá fiel ao teu lado.
Esqueça o que é certo e errado.
Jogue fora os sonhos de infância,
Jogue fora sua lembrança da Luz.
E a Tristeza será tua para sempre!
Não é fácil? A Tristeza é coisa feia!
É só fazer cara feia, dar uns gritos,
E Tristeza vêm.
Talvez eu esteja sendo um pouco duro com a Tristeza.
Afinal, ela ao menos me fez companhia.
A verdade é que eu vi a Luz,
E me apaixonei por ela.
Não me importa se ela é difícil,
Só de ver tanta felicidade ao consegui-la,
Já se começa a se sentir feliz!

Para Luz Aparecida do Céu.

Tomar minha cruz

Não posso mais viver assim,
Olhando pra trás, pecado em mim.
Não quero mais viver enfim,
Querendo demais, só pensando em mim.

Vou fugir de mim,
Tomar minha cruz
E seguir a Jesus.

E em todo lugar vou buscar (Jesus)
Em todo lugar vou buscar
Vidas pro senhor salvar.
Em cada coração existe uma missão,
Como semente pronta a germinar,
E o nome da missão de Deus,
Para cada coração, é amar.

Disse Jesus: Novo mandamento vos dou:
Que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei.

Todos - você

Olhos todos ao redor,
Não sei por quê.
Olho todos ao redor,
Procurando você
E te encontro sem esforço
E te vejo em cada rosto
E a ausência faz doer.
E olho para todos,
E todos não são você.
Vejo todos que me cercam,
Mas preferia não ver.

Toda vez que respiro

Você é a última coisa em que eu penso antes de dormir
E você é a mulher dos meus sonhos.
Então você é a primeira coisa em que eu penso ao acordar
E durante o dia penso em você sempre que respiro.
E sempre que fecho os olhos vejo você
Te digo o dia inteiro que te amo,
E a noite sozinho te vejo e espero, não sei porque.
Talvez seja aquele seu olhar que me iniba
Ou talvez seja aquele sorriso
Talvez seja só eu, e meu medo,
De você não me entender, não me querer,
O medo de te dizer a verdade e você não acreditar
O medo de me entregar por inteiro e você me jogar fora.
O medo de estar em suas mãos e você me esmagar;
Ou talvez seja só essa confusão.
Essa coisa sem sentido de ter medo
E ter amor ao mesmo tempo
Ou essa guerra entre razão e coração.
Mas nada importa agora, o que importa,
É que você é a última coisa em que eu penso antes de dormir,
E a primeira, quando acordo, e durante o dia
Toda vez que respiro, você!

Ter você, ser seu.

Preciso ter você,
Preciso ser seu.
Como os loucos têm a lua.
Como os pássaros têm o céu.
Os bêbados possuem as ruas,
Os ursos possuem o mel.

Preciso ser seu.
Preciso ter você.
Como é o mundo visto em seu peito?
Como é esse mundo que não posso ver?

Os loucos possuem as ruas,
Os bêbados degustam seu mel,
Os pássaros rumam à lua,
Os ursos possuem o céu...

Sonhos caídos

Como anjos tortos alguns sonhos caem
De seus pedestais de idealização perfeita
Como mentiras que se pensavam serem verdades,
Desmoronam como castelos de areia ou casas de neve no verão.
Despencam do mundo das idéias perfeitas
E dão de cara no barro seco e árido da realidade.
Imperfeita, cinza, triste e cruel.
Sem asas, sem naves, pára-quedas, nada!
Uma queda livre de tristeza na cara.
Decepção, desilusão, decapitação da ilusão.
Vaga o sonho perdido por uma terra desconhecida,
Cheia de neblina e monstros escondidos,
Ouve-se gritos, gemidos e pedidos de socorro
Que ninguém escuta!
Lágrimas secas como puro sal
Rolam pelo rosto pálido e duro.
O olhar vazio procura ao longe
Algo que não sabe e que nunca encontrará.
Seguem assim os sonhos caídos
Feitos de gelo, dor e corações partidos.

Sóis azuis

Quando duas pessoas se atraem,
São dois corpos que se unirão e se confrontarão.
Intensamente até o cúmulo.
E lutarão pelo mesmo lugar no espaço.
Quando duas almas se atraem,
São dois corpos celestes se amando,
Dois corpos se completando...
Ensinando e aprendendo,
Percebendo e atuando,
Num dos simples milagres de Deus.
Uma nova vida, uma nova partícula do infinito.
Quando dois sóis azuis
Sabem que são destinados a amar,
São lindos astros de luz percorrendo...
Eternamente a órbita do ser amado.
Quando então o milagre acontece.
Do fim de dois mundos,
Surge uma pequena estrela, que será o núcleo perfeito,
De uma nova constelação.

Sofia Beatriz

Bia Biou
Você nem imagina
O quanto papai te amou!
Te amou e te ama sempre
E eternamente te amará.
Por todos os caminhos,
Por todo o caminhar.
Você é minha piquininha
Minha caçulinha, só minha.
Bia Bebê,
Você nem sonha,
O quanto papai ama você!
Ama de dia, ama de noite,
Quando fala “ti”
Quando fala “ai”
E principalmente quando chego
E você corre “papai”!
Sofia Beatriz
Se agora já for mulher
Saiba que tudo o que fiz
Foi por um sentimento... amor!
Eu te amo!

E...
Sou só!
Mas quem não é,
Só?
Sonho só.
Acordo só.
Estou num pólo só.
Preciso de colo,
Estou sem solo.

Cadê o Sol?
A Lua é só.
Estou num pó
E num cansaço só.
Sou somente eu sozinho.
Perdido a caminho do Sol

Silenciosas canções

Tu és uma princesa louca na terra do amor.
Tu és o amor louco de uma princesa na Terra.
Do coração a cura da dor.
Das plantas a flor.
O diamante das pedras.
Um anjo entre animais.
Tuas pétalas ao me tocarem
Se fazem calmos carinhos,
E o brilho de seus olhos me causa visões.
Suas palavras são doces alegrias
E intangíveis pedaços de vida,
Colho de suas silenciosas canções.
Tu és uma estrela que brinca de brilhar,
E um sol sorridente num eterno amanhecer.

Seven boys

Que saudades da infância,
Velhos tempos de criança,
Em que o Papai Noel,
Trazia meu superman.
E o quintal era meu mundo,
A minha família era um povão,
E eu não comia tudo
E armava de montão.
Mamãe me dá meu seven boys,
Eu to aqui vendo TV,
Depois vou sair pro mundo,
Brincando de crescer.
Sinto falta da ausência,
Sinto falta da inocência
E mais falta das minhas bolhas de sabão.
Ah.. as lutas de espada,
De vassouras armadas
De imaginação.
Meus heróis de quadrinhos
Não voam mais e não soltam mais raios.
E os carrinhos agora matam.
Os bonequinhos são gente de bem
As bolinhas de gude já não são mais.
E pipa, é um caminhão de água.
E águas passadas me movem
E águas passadas não ouvem,
Quando são chamadas.
Sinto falta dos anjinhos,
Que não posso ver.

Seu poder

Você tem o poder
De não fazer sentido.
De me corromper.
De me fazer bandido.
De me deixar feliz.
Você tem o sorriso
E esse olhar que ri,
Aquilo que preciso,
É o que você diz.
Você tem o poder,
De me deixar perdido,
De me envolver,
De bagunçar comigo,
De eu pedir bis.

Semente de mostarda

Existe uma semente,
Que é a menor de todas,
Mas quando cresce,
Se torna a maior árvore.
Existe a humildade,
Que sempre será exaltada.
Aquela humildade...
Da semente de mostarda.
Que mesmo sendo a menor de todas,
Acredita poder alcançar o céu.
Quero plantar uma semente de mostarda,
No meu coração,
E mudar as montanhas de lugar.
Quero crer, crer e crer
E nunca duvidar,
Que o teu amor me guia,
E toda promessa se cumprirá.
Quero plantar uma semente de mostarda,
No meu coração,
E mudar as montanhas de lugar.
Quero crer, crer e crer
E nuca duvidar,
Que por amor morreu para me salvar,
E que no Seu dia me salvará.
Quero plantar uma semente de mostarda,
Em cada coração que encontrar,
E ver que todos moverão montanhas de lugar.
Uma sementinha de mostarda,
Agora vou plantar
E eu acredito...
Que o céu ela alcançará.

Se for... Elegia á Dona das Cores.

I
Tudo é cinza sem você.
Nem preto nem branco.
Cinza caem sem te ver.
Eu vejo meninos e meninas aos cantos,
Enquanto eu canto pra não te esquecer.
Existe uma alma em pranto,
Enquanto eu santo sofro sem por que.
Há um suicida bêbado esperando por alguém...
A esperança da vida ante a navalha do tem.

II
Tudo é cinza sem você.
É que você é minha aquarela,
Meu prisma, minha prima-bela.
E a íris do meu arco-íris.
Vê? Sou a ponte cinzada,
Por onde desliza a risada,
Por onde passam felizes,
Suas cores felizes!

III
Me quebraria os ombros,
O peso de um mundo enganado,
E tudo não passaria de escombros,
E o mundo estaria acabado.
Não valeriam seus restos,
Não fossem seus gestos,
Suas fadinhas safadas,
Que encantam encantadas,
A colorir meus protestos.










IV

Mas nada é como antes!
Andas tão distante...
Como como a vi hoje a tarde,
Era nuvem a tarde.
Mas era estrela antes,
Como as estrelas ficam distantes!
E de todos os sóis os pores,
Na ausência de teus amores,
Na falta de suas cores,
Ficam apenas essas cinzas dores...

V
É cinza o bêbado chorando.
É cinza o menino perdido.
É cinza um cachorro que passa procurando.
É cinza o dono morto por bandido.
É cinza um menino carvoeiro.
É cinza uma menininha de vermelho.
É cinza um pai sem emprego.
É cinza meu lado do espelho...

VI
Tudo é cinza sem você!
Nem branco, nem preto.
E eu sou um dia e noite em cinzas.
E uma ponte com defeito,
Por onde a risada desliza.
Por onde passeiam amores,
Por onde derrama suas cores.
Por onde correm felizes.
Suas sinas de Íris!

Rir ou sofrer

Faz de conta que o passado,
É uma dor que se esqueceu de doer.
E eu posso dizer que amo você.
Eu posso fingir que não te vi.
Eu posso sofrer.
Eu posso sorrir ao te beijar.
Eu posso chorar ao ter que partir.
Eu posso ouvir o que a Lua diz.
Porque te procuro e não acho você?
Porque me pergunto sempre por quê?
Porque me divido entre quem e o quê?
Meu coração correr a sorrir ao te ver.
Minhas lágrimas se alegram ao ouvir você.
Eu posso sorrir se o mundo sofrer.
Eu posso chorar se o mundo sorrir.
É tudo questão de sentir e ver,
Com os olhos de dentro cada acontecer.
Todos podem sentir o sangue correr.
Todos podem escolher
Entre viver ou morrer,
Rir ou sofrer.
Não é fácil mas está tudo certo.
Porque ver torto o que é reto?

Recomeçar

Para esquecer um grande amor
Ponha outro em seu lugar
Nunca se entregue a dor
E continue a amar
Amar é bom
E também não
Existe amar em par
E a impar obsessão
Um amor belo
Outro nem tanto
Ora singelo
Ora espanto
Por vezes muito cômodo
Amo-te e a mais ninguém!
Um tanto medroso
Pois teme sempre perder o que tem.
Certo é o que não se abala
Viver de amar o momento
E recomeça quando acaba.

Querida

Quero que saiba, que realmente saiba:
Que anoiteço em mim sem você.
Que as palavras não dizem nada,
E que eu só vivo ao te ver.
Quero que entenda, que realmente entenda:
Esse meu coração triste,
Dilacerado e arrependido,
Te pedindo pra esquecer.

Que não vivo sem você.
Que anoiteço sem você.

E querida,
Quero que entenda,
Quero viver sua vida,
Quero que viva a minha.

Que não vivo sem você.
Que anoiteço sem você.

Quando te vejo

Vou te dizer meu desejo,
O que vejo quando te vejo.

Eu vejo o sol nascendo,
Sempre que sorri pra mim.
Ondas nos seus olhos batendo,
Na minha praia sem fim.
Uma cachoeira de luz caindo,
Pelo seu pescoço,
Acariciando suas costas.
Vejo uma obra de arte perfeita.
Uma escultura celeste, feita de carne e alma.
Vejo uma estrela dançando,
Com gesto luminoso
E uma criança brincando
E pulando nos seus olhos.
Vejo uma deusa grega
Um anjo de asas ocultas
Que voa baixo...
De coração em coração.

Procuro palavras

Procuro palavras que ainda não conheço
Para explicar o que ainda não vi.
Por universos onde moram os anjos
Pelas estrelas que não nasceram.

Procuro gestos que me abram portas
E olhares que me façam ver
Vou por caminhos que caminhando se fazem,
Vivendo a procura do verdadeiro viver.

Piores tristezas

Sinto falta dos seus beijos
Ao sair e ao chegar
Sinto falta dos seus olhos
Sorridentes a brilhar
Sinto falta do seu corpo
Do meu corpo longe está.

Estou cansado de estar sozinho
Mesmo quando estou com você
Estou cansado de não ser amado
Mesmo amando tanto você.

Fico triste quando te sinto longe
Choro por dentro quando sinto no peito
A dor ingrata do desprezo no teu rosto
A dor maldita da solidão tão perto.

Sinto falta do amor na sua boca
E dos abraços que agora são não me toque
Sinto falta da gargalhada rouca
E de desgosto minha alma sente a morte...

Como única saída aceitável,
A uma sucessão de piores tristezas.

Penso no porque do que sinto

Penso no porque do que sinto
E sinto que sentir não tem porque
Porque não penso quando sinto e sinto que não penso.
Não sei... porque quão mais sinto menos penso
e quanto mais penso mais ou menos sinto.
É e assim mesmo essa confusão
Que é o que sinto e penso
Que não deveria sentir
Esse sentimento que me faz pensar...
No que é sentir.
Sinto...
Muito.
Sinto muitas coisas contraditórias
Uma dualidade constante como
Uma espiral de dna
Duas coisas eternas caminhando paralelamente juntas
E se encontrando de tempo em tempo...

PETER

Paz e amor

Eu adoro os seus olhos dourados e de me cegar,
Na luz do seu sorriso estrelar.
Quero sentir minhas mãos perdidas,
Entre os milhares dos seus fios de mel.
Paz e amor é você o meu sonho de paz,
E amor sem amor não há paz.
Eu preciso ouvir o meu nome na sua boca.
Eu preciso escutar os seus passos chegando
E sentir minha pele tua pele beijar.
Eu quero me mudar para dentro de você.
E quero que se mude para dentro de mim.
De segundo em segundo eu penso em você,
E em tudo aquilo que nem sei porque mas acontece.
Minha alma sente um carinho,
Toda vez que meus olhos percebem você.
Sinto frio e calor e sorrio sozinho,
Minha calma se apressa em te ter.
Você sabe o que procura e sabe quando acha?
O que você encontra?
Aonde está você quando não está aqui?
Qual anjo que te guia?
Que sonhos você tem?
Tantas perguntas ansiosas por respostas.
Paz e amor é você o meu sonho de paz,
E amor sem amor não há paz!

Palavras últimas

Adeus vou me embora de mim tudo o que eu quero é me ver livre e liberdade não vocês não sabem qual é a minha liberdade talvez nunca cogitara a possibilidade de se desejar ver livre de você mesmo eu sim não suporto mais dormir mortal acordar mortal e viver mortal não sinceramente não meu significado para mortal é diferente para eu ser mortal é... tudo isso e o pior acordar mortal sonhar mortal dormir mortal já não suporto mais ser esse ser humano viver como os vegetais não escolhi ser ator mas me deram um papel a cumprir não agüento mais tudo isso sobre mim metáforas que não do papel minha vida que se perde em véu não quero mais ser eu mesmo mesmo que não seja eu decididamente quero ser vontade se a minha já não vale nada se meu nada já não vale nada comparado ao tudo dos outros que a essa altura já podem ser eu se eu nem tenho o direito de ser nada não quero ser o que não quero não quero ser mais nada se ser ultimamente nos compromete tanto não quero o interesse mas sinto a perda perdi que dó de mim perdi porque será que fui eu ou corpo ou dinheiro ou inocência demais não quero saber só não quero ter de escolher meus problemas nem são perto do caos que não sei problemas minhas carência é tão fraca perto da que realmente carece e o vazio é tão que consome o oposto e fica velando uma vitória perdida um fracasso completo vencedor sem desejo um amor sem beijo o sonho rompido e o corpo caído.

Palavras?

Qual será o segredo da verdade?
Será que somente os fracos se abrem?
Você me deixou imerso,
Verdades me cercam os lados.
Eu tento fugir,
Mas seus espinhos só ferem.
As feridas se abrem,
E revelam mais verdades.
E a prisão aumenta,
E meu desejo dói.
Promessas.
Palavras?
Se pudesse vetar seus lábios,
A pronúncia de seus olhos,
Não me iludiria tanto.
Mas não consigo fugir,
Meu fugir não quer,
Fugir.
E o tempo não cura,
E a cura não passa,
O passado não chega,
E o futuro desgasta,
A ilusão se esconde,
A certeza me afoga,
Nem o tempo anda,
Nem você me vêm.

Ouço o silêncio

Ouço o silêncio me dizendo,
Que você talvez não volte.
Vejo sua ausência me matando,
Me devorando a cada hora.
O mesmo tempo que te trouxe,
Te esconde nos dias que passam distantes.
Nos instante em que você não vem.
Sinto no ar teu perfume sozinho,
Tão sem você quanto eu.
Você me disse para espera
E eu que esperei a vida inteira...
Nada do que eu digo é novo,
Não sou o primeiro a amar,
Mas talvez ame pela primeira vez.
Toco em vão tua imagem no espaço.
Ouvindo o silêncio me dizendo,
Que talvez você não volte.

Onze de Setembro

O que acontece quando o inverno chega ao fim?
Por que no outono as folhas caem?
O que vem depois da dor?
O que fala em seu ouvido?
E o que sente o sentimento seu?
Quando o tudo ou nada faz sentido.
Quando as águias se chocam,
Contra suas montanhas de vidro.

O toque


E lá está ela,
Coberta de asco,
Em um semblante apático.
Reluz mármore o seu olhar pedante.
Envolta por sombras,
Redoma de sua sentença.
Seus dedos longos e secos procuram.
Esperam alcançar a vida
E saciar sua inveja.
Requer almas
E paixões ensangüentadas.
Precisa vingar seu ódio,
Entornar seu tinto licor.
A esperança é seu brinquedo
E seu desfile o holocausto.
E a vida procura...
O seu toque lhe tira
E no fim não sacia.
Seu tato áspero e frio,
Perpassa o limite entre os opostos.
Tenta inutilmente alcançar,
O que logo não existirá.
A rotina se segue...
E por amor,
O sangue se esvai.

O que valeria tudo sem você?

Palavras agora não são nada para dizer o que eu sinto,
Por você eu engano o mundo,
Eu juro que vou tentar me esquecer de te esquecer
E vou cruzar distâncias por você.
Só pra poder ver esses seus olhos lindos
E passear meus dedos em seu rosto de anjo,
E dar um beijo em seu sorriso perfeito.
Poder secar suas lágrimas tristes
E brindar as felizes.
Numa nota do nada ouvir a beleza de tudo,
Uma paisagem sem fim me ensinando a ver,
O que valeria tudo, sem você?

O que eu quero?

Boa pergunta! Querer, um dos verbos mais egoístas e pretensiosos que existe.
Mas as pessoas são formadas por seus desejos ou não? Creio que sim!
Quero um pôr-do-sol na Índia, um amanhecer na Escócia, um beijo às margens do Sena, um bom vinho em Veneza...
Quero ver o “Toque de Deus” e a “Criação do mundo” .
Quero o Louvre. Quero o Ganges. Um camelo que me leve a Ransés II. Quero o mundo!
Ver o Titicaca e o Nilo e se o Danúbio é azul.
Quero jogar uma moeda na Fonte de Trevi, talvez por minha mão na “boca da verdade”.
Dançar um tango em Buenos Aires, ver Shakespeare em casa, talvez críquete quando estiver lá. Quero um inverno Novaioquino, atravessar o texas dirigindo, tomar chuva em Seatle, Babar na Rodeo Drive, ver peitão em Malibú. Quero Bolonha e Fernando de Noronha. Quero escrever um poema em um café de Paris. Como será o Taj Mahal? Perto do Nepal? Quero uma prancha em Aspen. Quero bacalhau em Lisboa. Onde ficaria o Valhala? Perto do Olimpo?rs. Quero o mercado de Atenas. Helena estará em Esparta? Quero procurar Raskolnikov em São Petersburgo e num Stalin ir à Moscow comer um bom Kremilin. Quero montar cabana, fumar um Havana em Havana, na Jamaica o fumo é outro, mas é tudo perto, ou não? Quero gastar chão, como Napoleão, Alexandre o grande, Forest Gump, Cristóvão, ou outros andarilhos famosos, sem grandes raíses, apenas cuidar de algumas sementes, para que um dia dêem frutos. Quero uma sociedade altruísta, uma individualização ao invés de massificação. Quero existencialismo no café da manhã do ser humano, o capitalismo no lixo, o socialismo no lixo, a comida na mesa! Quero amor, momentos mágicos, Luas e beijos, crianças e abraços, gargalhadas... respirar fundo e agradecer a cada dia permitido. Quero viver apenas, e conseguir me encontrar, me escavar e encontra-me lá, embaixo da doutrina escolar e social. Quero me expressar, cantar, escrever, fotografar, tocar, pintar, filmar. Quero brilhar e bilhar, uma partida de xadrez, um biquinho francês, Salvador no fim de ano, um show do Radiohead, ou apenas quero minha vida, como uma comédia romântica, rolando um Dinosaur Jr. E por enquanto é só!

O pão da alma

Num dia desses da vida, você vai parar.
Vai pensar no sentido das coisas
E nas coisas sem sentido que disse um dia.
E em tudo aquilo que te fez rir ou chorar.
Parada a pessoa no tempo, seu corpo sereno,
Seu olhar para dentro, um sublime momento,
De lento respirar...
Sua vida inteira passará pelos olhos dos teus sonhos,
Seus desejos, seus planos, seus medos,
Voarão por você a caminho dos anjos.
Nesse dia da vida você se verá e ouvirá o seu nome,
E você saberá, que o brilho nos olhos é o sorriso de Deus,
Que na alma é o pão que alimenta da fome de amor.

O jogo

O sonho é
Nossa única realidade
Enquanto estamos sonhando.
O jogo
A nossa única forma
De continuar sonhando.
E o lance
O único modo
De sabermos se
O jogo do sonho
Será ganho ou não.

O homem e a montanha


Um dia, ontem, hoje e amanhã. Um homem percorria perdido o seu caminho para lugar nenhum. Ia lento, muito lentamente, pois carregava consigo uma bagagem enorme. Esse homem era muito rico, ou pelo menos, ele próprio e a maioria de seus amigos e conhecidos o achavam.
O sol brilhava fortemente, mas ele só via a sombra que suas malas faziam no chão, e o chão era o único lugar que via, pois o peso era muito e o focava a isso.
O suor cobria sua pele como se sua pele fosse água e suas pernas se tornavam mais e mais pesadas. Todos os que o viam o achavam triste, pela sua expressão cansada e pelas tantas palavras feias que saiam vez ou outra de sua boca. Mas ele se considerava feliz por ter tudo o que tinha para carregar.
Quando pensava que não estava bem aos olhos dos outros viajantes, tirava de uma de suas sete malas, um espelho, um pente e seus cremes anti-feiúra, e logo se sentia feliz e bonito, mas só sorria uma vez para o espelho. Logo depois se sentia triste novamente e abria outra mala, de onde tirava algum litro de alguma coisa e algum fumo.
Em pouco tempo o homem se achava feliz novamente e partia em sua jornada rumo ao nada...
Assim que se via só, que se dava conta de que estava só, abria outra mala e tirava dela uma revista de fofocas ou fotos das pessoas que um dia pensou amar. Sorria para o passado e logo guardava tudo e jogava nas costas, junto às outras.
Algumas vezes pelo caminho, quando uma pedra o fazia tropeçar e cair, ou quando esta parecia grande demais, o homem abria outra mala e dela tirava seus diplomas, medalhas e alguns troféus, ele os admirava e estas coisas lhe animavam o suficiente para seguir adiante.
E o homem caminhava e ia com a certeza de que ao chegar onde estava indo, ficaria ainda mais rico do que era, e algumas vezes para reforçar essa certeza o homem abria uma mala e dela tirava alguns recortes de mansões, castelos, carros, motos e tudo o que pensava que gostaria de ter e fazer. Isso o encorajava e o homem seguia seu rumo quando, algumas vezes, um outro homem, que estava a muito na sua frente, voltava e lhe perguntava se ele iria subir a montanha. Ele se enfurecia com aquele homem que lhe falava sobre coisas sem sentido, pois não via montanha alguma, somente o chão e as pedras e algo o incomodava quando via aquele homem, que parecia feliz e não carregava nada, era pobre e louco, ele pensava.
Aquele homem o lembrava algo e assim que o homem sumia na sua frente ele abria uma de suas malas e tirava fotos de todas as pessoas que o irritavam, do homem que se casou com seu amor de adolescência, do outro que roubou seu emprego, daquele que comprou a casa dos seus sonhos e o carro que mais queria. Sentia raiva, muita raiva e a raiva o deixava feliz.
O homem seguia cada vez mais cansado e quando a noite chegava ele se apertava com uma de suas malas, mas nunca a abria, a apertava forte e rezava para não precisar abri-la. O dia nascia e o homem seguia.
Outro dia, depois de todas as vidas, uma montanha apareceu na sua frente, era enorme e só parecia acabar no céu, mas ele não via, pois só via o pé da montanha. Pensou em dar a volta mas não via por onde e já estava cansado demais para voltar ou para contornar, portanto decidiu seguir adiante e começou a escalada.
O esforço era muito e a bagagem estava toneladas mais pesada, pois nunca em sua jornada ele deixava de encher as malas. Após alguns metros e algumas quedas ele se sentou, abriu uma mala, a do espelho, deu uma boa olhada em si mesmo e se viu acabado, estava cheio de marcas na testa, envolta da boca, os cabelos grisalhos e sua aparência era triste.
Pegou o espelho revoltado, jogou dentro da mala e depois jogou a mala, que se desfez na queda. Respirou fundo e subiu mais um pouco, se sentindo mais leve. Porém a montanha era muito alta e logo suas forças se acabaram. Sentou-se encostado numa pedra e abriu outra mala, nela se encontravam as bebidas e os cigarros e o homem bebeu e fumou, bêbado tentou subir mais um pouco e caiu, seu pulmão parecia estourar e ele desmaiou.
Ao acordar percebeu que era inútil carregar aquela mala e se livrou dela. Esboçou um sorriso triste e meio mancando, porém mais leve, tornou a subir e quando mais subia mais pensava em si mesmo, onde estava e aonde ia, pensou e parou, pegou a mala com as revistas e as fotos, abriu-a, deu uma boa olhada e sorriu ao vê-las todas voando livremente para o nada. Quase em pé, podia distinguir o que poderia ser um raio de luz, mas não podia ter certeza, por isso decidiu subir mais.
Enquanto subia, pensava agora no que ganharia ao chegar lá em cima e descobriu que era mais que um diploma, medalha ou troféu, era sua própria vida e nesse instante decidiu jogar fora essa mala também.
E o homem subia cada vez mais leve e feliz por estar mais leve e subindo, logo estaria n topo e estaria salvo. Quantas pessoas conseguiram salvar a si mesmas? Ele pensava, e se sentia feliz por saber que poucos conseguiram subir aquela montanha e que talvez nenhum daqueles homens a quem invejava odiosamente pudessem subir até onde ele subira e jogou fora a mala com seus nomes, fotos e listas de bens e junto com a mala toda lembrança de todos os que o faziam mal e subiu cada vez mais rápido e cada vez mais livre e quando pensava que estava quase chegando, eis que chegou a noite.
Ele apertou sua mala consigo e subiu mais um pouco. Sentiu algo estranho e parou, soltou sua única mala no chão e a abriu, nela viu seus remédios para a cabeça, coração, stress e tudo, viu suas facas e seu revólver e seu spray de pimenta. Ficou olhando um pouco para o vale escuro e depois para as estrelas... há muito tempo não via as estrelas e se lembrou do pobre louco que o vinha sempre a chamar a subir a montanha, e pensou que aquele homem não era pobre nem louco, ele era rico, pensou, pois era sábio e sabia que para se chegar ao cume da montanha mais alta não se precisa de bagagem nenhuma, tudo o que se precisa é de si mesmo, da montanha e de acreditar que se vai conseguir. Depois que pensou isto, pegou a mala e ao jogá-la no vale escuro disse a si mesmo em voz alta:
- Não tenho mais medo, não tenho mais nada e mesmo que amanhã eu não chegue ao topo desta montanha, continuarei subindo, leve e feliz, pois a felicidade não está em chegar ao topo e sim em estar leve e subindo, obrigado rico e sábio homem, que me ensinou a andar nu.
Disse isto e deitou-se cansado, porém leve e feliz, com um sorriso sincero nos lábios e nada nas mãos.
Ao amanhecer, acordou com o primeiro raio de Sol e quando olhou para cima, estando totalmente em pé e com os braços abertos, abriu um enorme sorriso... pois tudo o que via agora... era o Sol.

O aqui agora

O aqui é aqui
Onde nós estamos
E o agora é agora,
Nesse instante em que está lendo.
Viva sempre,
O aqui agora!
Viva aqui!
Viva agora!
Viva aqui agora!
Cristo morreu entre dois ladrões,
O passado pecador do homem.
E o futuro vencedor.
E disse:
“Em verdade vos digo que,
Ainda Hoje estareis comigo,
No reino dos céus.”

Mundo dos sonhos

Estavam um dia os sonhos sem fim.
Sonhavam com asas em naves douradas
E com realidades jamais sonhadas,
E de tanto sonhar... os sonhos enfim...
O sonho mais verdadeiro brilhou com um Sol,
Iluminando o caminho dos sonhos à realidade sonhada.
O sonho das estrelas como sempre foi brilhar...
E a noite eterna ri como se visse estrelas.
Seres sonhos de luz cruzam a escuridão de luz em luz.
E aos sonhos mais leves foi dado o peso de uma vida.
Muitos sonhos se sentem felizes,
Enquanto outros rejeitam a vida sonhada.
Milhares de infinitos sonhos se viciaram em vida.
Os menos criativos vivem átomos ou outras moléculas.
Os mais ousados vivem estrelas ou planetas...
E os gênios vivem buracos negros e constelações.
E os sonhos brincam de existir...
Do mundo dos sonhos é vivida a vida,
Como um sonho.
Do mundo dos sonhos eu vim para viver com você.

Minha Floresta

Meu coração imerso,
Há uma floresta de sombras,
E de vida, há restos.
Não há passos,
Onde caminha o silêncio.
Um emaranhado de dúvidas,
Em um bosque de gestos.
A distância é só dor.
O horizonte, vapor.
Percorro um atalho efêmero,
E na noite, sedento,
A um lírico lago me embrenho.
Suas pequenas ondas me envolvem,
Meu desejo e meu medo,
Me impedem de pronto,
A saciar minha sede
E me vejo de encontro,
A ser fisgado em rede,
Pela beleza do lago.
E me encontro ali,
Ali no seco e ali molhado,
E sou reflexo, a lua ao lado.
E sou meu medo, apaixonado.
Preciso nadar,
Mas se a água for fria,
Perco meu ar.
Se mergulho, profundo,
Encontro uma pedra e adeus, meu mundo.
Mas só tenho esse lago,
Minha carência é tão grande,
Que mergulho assustado,
Para o abraço do lago.
E me perco em mim mesmo,
E a floresta,
Sou eu.

Entre a vida e a morte

Meus olhos dormem o sono do mundo
Meu coração chora a perca de um Deus
As luzes se transformam em escuridão
Quando você sai das trevas
E me transforma de ontem para hoje
Do nada para o tudo, e é só então.
Que do céu azul desce o homem de branco
E me leva em seus braços, para um lugar entre.
O tudo e o nada, entre o meu coração e o seu,
Entre a vida e morte.

1º poema

Mentira

O oposto real
A realidade utópica
Um mal ás vezes bom
Uma mórbida versão
Ilusão desnecessária
Uma auto-enganação.


Em palavras a fantasia
Concretiza de antemão
Um intuito quimeroso
O desejo, a perversão .


Nos faz crer ,
No inacreditável alheio
Que se dizemos, somos
Que se pensam, fizemos .


Uma pontuação disfarçada
Uma verdade safada
É uma mentira contada.

Menino

Era uma vez um menino,
Que gostava de uma menina,
Que não gostava de ninguém.
O menino vivia pela menina,
Ela por ele não dava vintém.

A menina brincava, iludia a valer,
E o pobre menino esforçava-se a crer,
Que ela menina pudesse dele gostar,
Então para o sempre iriam brincar.

Mas um dia a tristeza tomou o menino,
Quando viu a menina a outro gostar,
Deprimido menino ficou comprimido,
Ao ver outro escolhido.

Sentou-se o menino, desatou a chorar,
Suas lágrimas jorraram um rio poluído,
E coitado menino não sabia nadar.

Medo do medo

Eu tenho medo,
Tenho medo do medo.
Pois o medo é o segredo do mal.
O medo da morte não permite viver.
O medo da vida só nos leva ao morrer.
O medo da dor é o que faz doer.
O medo do amor não o deixa nascer.
O medo do fogo é o que queima.
O medo do frio é o que congela.
O medo da queda é o que abre o abismo.
O medo do escuro é quem sopra a vela.
O medo da verdade é quem ouve a mentira.
O medo do perdido é quem não acha caminho.
O medo da coragem é que corre assustado...
E por tudo isso que o medo faz, é que eu tenho medo.
Eu tenho medo do medo.
E é só o medo do medo, que me faz lutar.
E quando eu temo a morte me proponho a morrer.
E quando eu temo a dor eu deixo o sangue correr.
E quando eu temo o fogo eu pulo na fogueira
E quando eu temo o frio deixo o queixo bater.
Se eu sinto medo do amor
Tudo o que eu faço é amar.
Se eu sinto medo do escuro,
Deixo meu olho fechar.
E se a verdade doer,
E se o fogo queimar,
E se o sangue escorrer,
E se o caminho se achar,
E se a coragem chorar
E o frio aquecer
E se a vida te amar
Ou se a morte jurar,
Que te espera viver...

Tudo o que quero dizer,
É que apenas o medo,
É o que devemos temer.

Louve a Deus

Caminhava perdido por ai,
Até te encontrar, amigo.
Eu andava sozinho por ai,
Até me encontrar contigo.
Estava parando o meu andar,
E hoje ao seu falar, prossigo.
Não sabia mais em que pensar,
Até me ensinar, querido.
Estava morrendo por ai,
Até me salvar, senhor Jesus.

E hoje eu vivo por você,
Com você e pra você.
E hoje eu canto por você,
Com você e pra você.

Louvo aos pés do seu altar.
Louvo pelo seu perdão.
Louvo pelo seu amor.
Louvo pela salvação.
Louve todo coração,
Louve toda criação.
A Deus.

Loucos Eus

Sou Eu louco e quero alguém que entenda!
Há a minha loucura!
E que saia à caça e a procura de si mesmo por aí.
Louco porque me vejo existindo,
Me divido em mim e sou cada pensamento,
Sou todas as minhas virtudes e meus defeitos,
Mas todos tem os seus anjos e demônios
Sou louco...e não dá pra fazer idéia de em quantos lugares,
Eu existo ao mesmo tempo.
Sou como o anfitrião da festa que está acontecendo,
No salão nobre da minha alma.
Sou o mais requisitado pois possuo as chaves da casa,
Vou servindo curiosidade a cada novo pensamento.
Gosto da fala dos anjos nas missas celestes
E desligo na hora das propagandas do Diabo.
Sou louco por viverem milhares de eus comigo:
Eu infante, é o que mais chora e mais ri, é sempre novo.
Eu rebelde, o que não se conforma e se orgulha.
Eu sultão, o que quer que eu lhe arrume toda as mulheres.
Eu amigo, tão simpático com todos que também é amigo meu.
Eu poeta, gosto quando suspira ou sente o perfume da vida.
Eu cantor, com ele que quando se canta, se reza.
Eu Sou, a essência da Mente Eterna que eu sou...
E as vezes no palco de mim acontece assim:
Eu Canto em silêncio uma coisa do nada
E Eu Poeta invento uma letra qualquer,
Eu Rebelde não me conformo e reclamo
Que Eu Sultão só pensa em mulher
E eu Infante não para de chorar...
Eu Amigo defendo o Eu Infante frente ao Eu Rebelde
E no meio da confusão Eu Sou, que sabe tudo,
Gargalha amorosamente de seus euzinhos...
Eu Infante ri.
Ouve-se um eco de eus: Quem riu?

Lembre-se do amor


Esqueça tudo o que lhe ensinaram
E tudo o que te disseram,
Sobre tudo o que você não queria ouvir.
Esqueça toda lei,
Mas não esqueça da graça.
Deixe tudo o que te entristecia,
E tudo o que te pressionava.
Esqueça todos os seus medos.
Esqueça toda raiva.
Esqueça toda inveja.
E todo desejo e todo pecado.
Esqueça o que não tem sentido,
E esqueça do sentido errado.
Esqueça a morte e a vida.
Esqueça o dia e a noite,
Esqueça as ruas largas e as estrelas,
Esqueça as mãos e as pedras,
Esqueça os anjos e demônios,
Esqueça as verdades e as mentiras
As dores e alegrias...
O sol e a Lua... E o nada,
Esqueça tudo!
Lembre-se do Amor!

Lágrima Cadente

Tuas lágrimas evocam em mim,
Um desejo prático de ser louco e feliz.
Seu olhar clemente envolto de um sorriso cálido,
Me leva ao limiar...
À necessidade de refutar as crenças,
Que moveram corpos por milênio de luxúria.
Renasce o sentimento límpido,
Em um débil e culpado coração.
De meus lábios não mais escarro,
Palavras doces e notas primaveris.
Sem mais ânsia, ganância... distância.
Tua lágrima cadente,
Passou por minha constelação fria,
De vícios e melancolia,
E me trouxe ao perigo do calor,
De nos queimarmos tentando.
E se esfriarem as coisas,
A abstinência seria mortal.
Agora que me tiraste do escuro,
Me ensine as cores, os gostos...seu rosto.
Provaria...
Tu já és minha vida e provaria!
Atiraria em meu peito seco,
Se em meu último instante oco,
Meu último olhar estático,
E o último suspiro que sofreu...
Meus lábios,
Tocassem os seus.

Labirinto de egos

Palavras navegam através de uma realidade,
Que une a todos no vácuo da compreensão.
Pessoas se transmitem em linguagem,
Para si mesmas em seu monólogo vão.
E o que são ecos, nesse labirinto de egos?

Jogo palavras ao vento

Jogo palavras ao vento
E o vento faz parte do jogo.
Guio uma orquestra
de cordas vocais de todos os sons.
Articulo notas mágicas
Que são letras de ouvido.
Lanço olhares ao acaso
E se caso aos olhares me lanço.
No mar do olhar de todos
Me sinto dissolvido.
De ver o eterno e o sentir,
Eu jamais me canso.
Porque vivo e sei...
Que sempre tenho vivido.
E para sempre viverei...
Junta-te a mim
Eu te amei sempre
Sou o único caminho
Ungido pelo espírito
Senhor dos exércitos.

Ingênuo

Hoje sou ingênuo,
Me disse o horóscopo,
Já me dissera isto,
Numa brincadeira um copo.
E eu nunca desisto,
De encontrar o topo.
E já fiz de tonto,
Como eu já fiz isto,
Quando me foi preciso.
Já fui de laranja,
E já levei geral.
Já viajei,
E fiz viagem astral.
Já dormi de touca,
Já acordei molhado,
Já beijei na boca
E já fui safado.
Já esperei sozinho.
Já fui maltratado.
Eu fiz castelinho,
Eu já fui barrado.
Já me vi menininho,
E também barbado.
Já encontrei caminho
E caminhei perdido.
Já chorei quietinho,
Já me senti amado.
Já pedi um troco,
Também dei um pouco.
Eu fiquei oco
E recebi o troco.
Eu já perdi as contas,
De quantas horas matei,
Com o que não era da conta.
Já fui deixado,
Depois achado.
Já fui visto,
Já fui cisco.
E de tudo um misto,
Com um certo gingado.
Já fui inocente,
Já fui culpado,
Já fui injusto
E injustiçado.
Já contei o tempo,
E vi o tempo passar.
E não me venha com queixas,
Me desmentindo disto,
Não sou o Seixas,
Mas fiz tudo isso,
Fui um pouco de tudo
E tanta coisa não fiz,
Um dia sou triste,
No outro feliz,
Hoje sou ingênuo,
É o que o horóscopo diz.

Horizonte Seu

Andei pensando calma...mente durante milhares de vidas,
Sobre o que conquistaria da vida pela luta da minha alma.
Possuí engenhocas inúteis que carreguei por milênio
E coisas preciosas que não tinham valor algum.
Decidi, após infinitas viagens na luz,
Que não carregaria mais nada nem ninguém
E me convenci de que tudo o que era belo
O seu sorriso, o horizonte seu... tudo.
Tudo era meu.
O amor, a luz das estrelas,
quando a Lua se derrete pelo sorriso do sol.

História de uma surpresa feliz.

Era uma dia uma confusão.
A beleza e sua tristeza.
O amor procurando, emoção.
Na dúvida de sua certeza.
No vácuo do seu coração.
Uma alma aflita perdida no espaço.
Entre estrelas e buracos negros.
Sofre um susto ao bater no sol.
Se queimando no seu sorriso
E sumindo no seu olhar.
Era um sol fora de lugar,
Que correra fora de órbita pelo tempo.
Procurando uma estrela só, para amar.
Da explosão desse momento,
Quantas galáxias deixarão de brilhar
E se banharão na luz, dessa nova esfera solar.
Essa história não fui eu quem fiz.
É a história de uma surpresa...feliz.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Hb 11:1




Para alcançar o inatingível
E realizar o impossível...
Ver o incrível e ter o eterno.
É preciso ter o poder de mover montanhas,
Curar feridas e devolver visões.
Perseverar na esperança e esperar com certeza.
“Ora, a Fé é o firme fundamento
Das coisas que se esperam,
E a prova das coisas que não se vêem”
Por ela, essa divina filha de Deus,
Corre ileso um cego pela multidão de abismos,
E paralíticos voam para a luz.
Renascem mortos para viver eternamente
Onde Cristo reina após o batismo da cruz.
Anjos se expõem em salvamentos impossíveis
E são de milagres ou sorte chamados seus feitos.
Mas toda graça, sorte, milagre ou cura,
Dádiva imerecida que pelo Pai nos dada é,
A ninguém seria concedida se não houvesse a Fé.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

FESTA DOS FILÓSOFOS




Estive outra noite numa festa onde os convidados eram todos filósofos...
Há dias me sentia estranho, com uma sensação quente e fria no peito, e não sabia exatamente o que sentia. Decidi perguntar aos filósofos o que era o que sentia...
Tales me disse que era coisa da Natureza, mas disso já desconfiava e fui a Sócrates perguntar, mas ele disse que só sabia que nada sabia e que eu só deveria sentir. Platão completou explicando que o que eu sentia já existia antes de eu sentir... lá no mundo das idéias...
Achei abstrato demais e perguntei a Pitágoras, que calculava a eternidade naquele instante, se o que sentia era certo. No que ele me olhou e sorriu suavemente dizendo: Tão certo quanto um meio e um meio são um e um e um são dois!
Olhei para Aristóteles que me olhava com expressão poética e num gesto tragicômico me disse: Lógico! Procurei Demócrito e o encontrei jogando xadrez celeste com Heráclito e enquanto fazia um movimento lhe dizia em tom de brisa: Meu irmão... para que algo exista é preciso próton, nêutron e elétron, xeque! – O jogo ficou ternamente tenso e achei melhor não interromper.
Encontrei Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, bebendo água da vida na fonte e perguntei novamente o que era o que sentia, no qual o primeiro respondeu: Deus! E o segundo completou: A lógica de Deus é Luz, e a luz lógica do coração é o Amor!



Com aquelas palavras caminhei maravilhado pelo salão sem fim e distraidamente esbarrei em Descartes, derrubando-lhe a maçã que estava prestes a morder, indignado, me deu um tapinha nas costas e me deu Razão. Caminhando então cheio de razão, encontrei Hobbes e ele me perguntou como andavam as coisas, como ia a minha busca, essas coisas... e eu disse que estava amando, ele me disse que isso já existia antes do Contrato Civil e que era Direito Natural.
Bem, tudo estava do meu lado e o vento soprava a meu favor, eu não tinha dúvidas quando encontrei Hume e Locke fazendo algumas experiências com as flores astrais... convidei-os para meu futuro matrimônio, porém eles se entreolharam e depois me encarando com um sorriso irônico nos lábios me disseram que o que eu estava sentindo era apenas a soma de várias percepções, que era apenas coisa dos meus olhos, nariz, boca, tato e audição e não do meu coração, e que provavelmente se não existisse nada disso eu não sentiria nada.
Fiquei um pouco confuso e perambulei perdido pelo Caminho...
Encontrei Hegel e felizmente ele conseguiu me acalmar um pouco dizendo que era apenas uma Tese, que estava pedindo desesperadamente por uma Antítese e que provavelmente isso ia dar em Síntese. Suspirei aliviado e Marx disse que capital e que eu investisse tudo...
Freud explicou que o conflito havia surgido entre o Ego e o Superego por causa do Id, Jung riu e disse que isso era sonho...
Cansado de tanta informação e confusão, sentei-me para descansar ao lado de Sartre, num café em frente o Rio da Água da Vida, ele a bebia numa xícara fosforescente e contemplando a paisagem sem fim escrevia o que parecia ser um poema.
Contei-lhe todo o meu dilema e ele parecia ouvir sem ouvir... ao fim da história me perguntava: O que é Amor? O que é Sentir?...
No que então ele me olhou sorrindo sábia e humildemente e me estendeu um pequeno papel brilhante que continha o que parecia um oito deitado em chamas, então ele disse pausa...da...mente...
“Sentir... Amor...É...Existir...”
Então eu acordei!

Faz um tempo e meio




Faz um tempo e meio...
E mais dois tempos...
Que não tenho tempo de pensar no tempo.
Tempo é dinheiro...
E sou pobre.
Não tenho tempo pra nada
Nem a eternidade da infância...
Já foi o tempo...
E há tempo pra tudo,
Até pra se pensar no tempo.
O tempo tudo suaviza
Ou tudo põe em relevo.
O tempo tudo escraviza.
Tudo está preso no tempo
Até o espaço é filho do tempo.
Falando em tempo,
Estou sem tempo para continuar
Falando em tempo...
O tempo não está bom.
Acho que chove... temporal.

Existe um ser




Existe um ser, um existente,
Que não é Deus, que não é um anjo,
Ou um demônio...
Uma criatura que não nasceu,
Não morreu, um paria que vive
E, no entanto não tem sua própria vida,
Um ser parasita, um amaldiçoado,
Que existe em partes,
E se alimenta da vida alheia.
Seus sentimentos, sua energia vital.
Contradiz sua eterna sina,
Nascendo e morrendo em instantes,
Contínuos num circulo etéreo
E infinito de toques.
Caminhando suavemente através da vida.
De todas as vidas.
Um ser ileso, apátrida, indiferente.
Um subproduto da Divina criação.
Seu nome são todos e sua velocidade indizível.
Desliza como um pensamento leve
E em instantes vive simultaneamente em todos os lugares.
Nos inexistentes espaços entre as obras de Deus.

Eu, você e os anjos.



Eu me procuro porque estou fora de mim. Já me sinto em você. Nos seus gestos, nos gostos, sou um brinquedo dos seus desejos e um filho da tua vontade. Sou a palavra que você quer ouvir, o sorriso que você espera e o olhar que percebe você.
Sou o objeto da sua criação, sou quem quiseres que eu seja. Sou o gesto que você sabe mas não vê, o passo atrás de ti. O peito atrás de ti e o suspiro que você pensa ser seu. Sou sua sombra que você brinca que não existe e os segredos que você um dia quis contar. Me vejo ao seu lado, ao seu oposto, me vejo frente ao seu posto, invisível acaricio seu rosto e estou ao mesmo tempo em cima e embaixo.
Não existo. Não existo. Mas você existe porque eu posso ver? Você existe porque posso te sentir, te querer? Por que você existe e sou eu? Por que não me entrega de volta? Corro com medo de correr demais. Penso no limite e temo correr correr correr e passar da linha sem volta, escapar tanto de mim e perder você.
Percebo cada infinito que você me deixa ver e percebo o quanto infinito você deve ser. Como queria ser infinito com você! Mergulhar no mar dos seus beijos e afogar meus olhos nos espelhos de sua alma. Queria tanto a calma de também ser você. De ter um pouco suas qualidades e sair um pouco do tédio de ter sempre os mesmos defeitos. E rir contigo as mesmas vitórias e superar contigo as dolorosas derrotas. Subir cada degrau da escada com você.
Mas não existo. Os anjos existem. São quase tão eternos quanto Deus e se riem de seres como eu que sentem a presunção de existir por um irrisório tempo finito. Os sacanas existem e são sempre belos e altos, puros e chatos, sim, são cansativos ás vezes, pois são sempre os mesmos desde que o universo se fez ver pela primeira vez.
Atendem pelo mesmo nome e fazem as mesmas tarefas de sempre. Seguem fielmente as leis celestes e protegem sempre os tipos de pessoas que são destinados a proteger. Não reclamam, não ferem, não são feridos, não matam nem morrem, sofrem de existir talvez até mais que eu, que vivo às vezes, alguns tipos de vida, em diferentes lugares.
Vivo quando posso, quando Deus, os astros, as forças da vida, os anjos e demônios me permitem viver. Vivo uns sonhos que tenho quando estou morto e tento aprender quando acordo o quanto do sonho se pode viver.
Mas os anjos... Tenho pena dos anjos, que são rotulados por todos e significam, agem e atendem pelo mesmo nome por toda a eternidade e são deja vus da própria existência sempiterna. Vagam no tempo sem rumo ao mesmo tempo do principio ao fim e conhecem os desfechos das histórias que ainda não começaram.
Ah! Acho que sei o sonho dos anjos, devem querer que um dia Deus entenda a insensibilidade dos primeiros seres os deixe morrer um pouquinho... e viver um pouquinho... sempre de cada vez. Será que o fez?

Eu sei o que você quer




Tudo não passa de ilusão
Para quem acredita só na razão.
Tudo não passa de ilusão
Para quem não ouve o coração.
O mundo é uma festa a fantasia
Onde cada um é o personagem que quiser.
A vida é um curso
Onde a matéria é o amor
E todos são professores e alunos
Existe mágica nas palavras
E o poder de destruir e criar
Está a disposição de todos
Todos podem viver nos sonhos
E sonhar na vida
E a morte é a irmã mais velha do sono.
A natureza é a única verdade
E todos os segredos se encontram nela,
Todas as chaves e todas as portas.
A violência é um vírus da alma,
Que contamina a essência
E neutraliza a capacidade criativa e comunicativa do ser humano.
Deus é a presença constante em tudo,
Nos átomos e nas ondas,
E a vibração primeira que deu origem
A todas as outras velocidades de vibração.
Todos correm pela vida a procura de algo.
Que ao encontrarem descobrem que sempre possuíram,
Sua própria alma.
Eu sei o que você quer, você quer amor, você quer Deus.
E você quer saber quem você realmente é.
Se você quiser isso,
Pode se considerar feliz,
Pois você é amor, e Deus é o Amor maior.

Estrelas demais




Rua vazia
Jogo na televisão
O céu
Tem estrelas
Gol!!!!

A vida vazia
Um jogo sem tesão
Até motel tem estrelas.


Sozinho na rua
A lua sozinha
Perdida nas estrelas ...
Do motel.


Um passe de bola
Uma bola vazia
Um jogo de estrelas.


Palavras vazias
Conteúdo demais
Há sonhos nas estrelas
Existem estrela demais.


Cada estrela guarda um segredo
Cada chance é uma estrela
Como escutá–las tão longe


Como escutá-las sem medo?
Como alcançar o segredo


Palavras vazias
Promessa demais
Tem estrelas nos sonhos
Existem sonhos demais


Ma se onde há sol há dia
Quem sabe amanhã bom dia!

Esquecido




Sempre me lembro de te esquecer,
E mais uma vez estou pensando em você.
Quando me esqueço... me esqueço de mim.
E vou assim...
Levando, empurrando
Correndo, sofrendo...
Procurando algum lugar onde não haja você.
E não encontro!
E se não te encontro, me perco.
E vou assim...
Lembrando, procurando,
Correndo, esquecendo,
Levando, sofrendo,
Sozinho, esperando...
O dia não se fez.
Talvez um dia o talvez não exista,
E talvez eu não, resita.
E até lá...
Vou me lembrando de esquecer,
De me esquecer de me lembrar,
De que eu amo você.

domingo, 7 de novembro de 2010

Esperando uma estrela cair




Olho para as estrelas
Buscando em uma delas
Um reflexo seu
Inventei uma constelação
Quando seu rosto apareceu.


Mas no fundo
Uma noite escura e fria
Devoradora de sonhos
De uma cor vazia


Um, dois, três, quatro...
Conto o tempo
Mas as estrelas não passam
Se ao menos
Uma caísse em minha direção


Por quanto tempo?
A lua estaria no alto?
A grama verde e
A champagne gelada?


As flores terão perfume
Se você demorar a chegar?
Mas não vou partir
Se não vier, eu fico ...
Esperando uma estrela cair.

Esperando chover




Restos de sol acariciam os vales de Deus,
Num anoitecer sem tristeza e adeus.
O ritual apenas, a maestria serena,
uma melodia palpável e plena.
Todas as formas estão nas nuvens,
Brancas, outras cinzas, algumas grandes,
Outras como pássaros perdidos,
Cantando em silêncio para aliviar a tensão.
Nas nuvens escuras há uma que brilha,
E se insinua como a porta do céu.
Os azuis são vários e necessários,
Panos de fundo, contemplando o balé das nuvens,
Que encantam os pastos, vales e montanhas,
E ás vezes os banha.
Existem naves escondidas e rostos no céu.
Máscaras perdidas na ausência do fel.
Como é simples o desejo das nuvens.
Homens e mulheres vivem para morrer,
Enquanto vagam felizes as nuvens,
Encantando o solo, esperando chover.

sábado, 6 de novembro de 2010

ESCREVI!




Penso em escrever...
Penso constantemente
E escrevo o tempo todo.
Escrevo em tudo o que faço
É história!
Tudo é invenção
Tudo composição
É toda uma orquestra eterna
Em perfeita harmonia.
Uma obra literária mágica
Sem começo e sem fim
E o espaço é a eternidade
Onde todos os campos
Semânticos são possíveis
Estamos todos sujeitos
E estamos entre nós.
Somos substantivos compostos
E protagonistas invisíveis
Do livro dos verbos
Da luz foz.
E estamos todos na oração.
Penso em escrever,
Mas na verdade escrevo.
Escrevo que eu estou pensando
Em escrever.
Escrevo que eu estou vivo
E que estou pensando em escrever
Que eu estou pensando em escrever.
Escrevo atos faço cenas e romances,
Escrevo em tudo! Em cada respirar...
Escrevo que estou respirando
Vivo escrevendo.
Escrevendo que vou vivendo,
Escrevendo que escrevi...
Escrevi!

Premiado Sesc 2004

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Embriagado de mim




Me perdoe senhor,
Me bebi demais,
Estou embriagado de mim
Ao ponto de me deixar tonto existir.
Se me forçarem existir mais,
Representar mais do que já faço,
Posso acabar por me vomitar.
Sou um pássaro num aquário de espelhos.

Ecos




Busco em vão,
O toque suave,
De tua mão,
Perdida em neve.
Diante de espelhos,
Te olho em mim,
Me vejo em seus olhos,
De sombras sem fim.
Mas há um brilho que cativa,
Que abre um novo mundo.
Uma realidade alternativa,
Que com a minha confundo.
Invisíveis frente a frente.
Almas intocáveis se buscam.
Pelo mesmo universo,
Em realidades diferentes,
Cara a cara,
Entre a fronteira dos egos.
Luz e escuridão.
Morro em tua aurora,
Vives em meu crepúsculo.

É pena amor...




É pena amor
Que morra assim
O amor meu
Deixando para trás
Tantos sonhos
Tantos planos
Em vão
Se esvaem pela vida...
Vida perdida.

É pena amor
Que morra assim
O amor meu
O que você não entendeu
Que o meu sucesso
E a vitória enfim
No fim fosse
O sucesso seu.

É pena amor
Que morra assim
O amor meu
O que eu não entendo
Porque sempre no fim
Eu acabo morrendo.

É pena amor
Uma pena
Castigo
Esse tal de amor.

Dois




Sou como Deus que é frente e verso.
Sou como o tempo que é noite e dia.
Vou como a árvore que sofre e sorri
Com as carícias do vento.
Vou como o peito entre dor e alegria.
Como a água quente e fria.
Como a panela cheia e vazia.
Como a carne dura e macia.
Como o gosto doce e amargo.

Sou dois, eu e você.
Sou dois, corpo e alma.
Sou dois, Deus e eu.
Sou dois, ira e calma.
Sou dois, você eu.

Mente coração.
Fala pensamento.
Ato intenção.
Inércia movimento.

Distâncias




Em cada canto do mundo,
Um mundo de encantos.
Nas lágrimas de um pranto,
A dor da saudade de alguém.
Se a proximidade é falsa.
A verdadeira distância realça,
O tom cinza fosco,
Ofuscando tristemente,
O quadro de uma paixão.
E quão negro se tornaria,
Se soubesse que o reencontro,
Que pintou alegria,
Fosse um borrado confronto,
De pincéis feitos cílios,
Fechados ao reconcilio.
Triste e fosca tela,
Onde antes a cabível moldura,
Seria um sorriso dela,
Hoje, é uma lágrima escura
E não mais tão bela.

Destino




Todo dia me pergunto o que vai acontecer.
Às vezes lembro do futuro e não consigo esquecer.
Passo o tempo perguntando a mi mesmo:
O que fazer?
E a resposta do meu eu só vem
Quando já aconteceu.
Será que eu vou pra faculdade?
Será que eu vou ter liberdade?
Será que um dia eu vou crescer?
E aquela mina linda, será que vai ser minha?
E será que a vida eu vou vencer?

Às vezes vejo Deus no espelho sorrindo,
Dizendo: Meu menino, invente seu destino.

Todo dia me preocupo com o que é que eu vou ser.
Todo dia vou nascendo e não paro de morrer...

Ele nos trás uma nuvem de chuva para dizer
Que não existe beleza só no Sol.
E que é preciso sentir os pingos da chuva,
Para depois secar a tristeza de sentir solidão.
E eu sou tudo e tudo sou eu.
E não há nada que não seja eu,
E que não seja meu.
Eu tenho tudo desde que nasci.
Quando nasci na vida ela nasceu pra mim.
E ela é uma flor que um dia vai morrer.
Mas que entregará a vida pra alegrar a vida...
De alguém.

Como o Senhor me amou




Já chorei tanto sozinho,
Já me vi tão sem caminho
Sofri tanto sem você.
Quando deixei de ser criança,
Me vi já sem esperança,
Sem saber como viver.
Bati por todas as portas,
Entrei em todos os buracos,
Usei todas as drogas,
Para não ver que era fraco.
Me escondi atrás do medo,
Atrás dos sonhos e desejos,
Procurando proteção que não encontrei,
Até encontrar você.
Não sabia o quanto te amava,
O que precisava de ti.
Preciso de você,
Como as aves do ar.
Preciso de você,
como os peixes do mar.
Preciso de você,
Como as semente da terra para brotar.
Preciso de você,
Como as flores precisam desabrochar.
Preciso de você,
Como a lua precisa do sol para brilhar.
Preciso da sua luz,
Preciso do seu amor.
Preciso do Senhor, Jesus.
Quero amar como o senhor me amou.
Perdoar como o senhor me perdoou.
Quero curar pelo poder do seu amor.
Ressuscitar como Jesus ressuscitou.

Carta à toa


Meu anjo o quanto já te escrevi e sonhei e precisei de você. Como é estranho esse friozinho e esse comichão e toda essa confusão e solidão que é o mundo sem você. Mesmo perto estamos longe e em grande parte das vezes só nos tocamos em olhares e ai meu coração que precisa bater mesmo sem ter você. Ele não me deixa dormir, comer, me faz andar quando estou quieto e me deixa quieto quando quer chorar. Eu sinto um bate bate triste meio querendo parar e cada nova batida é um suspiro preso no peito. Que não sou como você que vive para ser feliz e chora logo se a tristeza vem para mandar pra longe, para sofrer pouquinho, eu choro sozinho quando to sozinho, perguntando por quê. Que tudo começou errado e era para ser tão simples, era somente pra gente ser feliz. Mas enquanto isso eu te escrevo esta carta á toa, que eu sei que você não vai ler, mas se não escrevo, dói porque eu penso você, vejo você e esse friozinho no estômago me diz que eu posso perguntar qualquer coisa, mas minha resposta é você!

Antes da chegada

O que eu vejo e não desejo, guerra.
O que eu ouço e fico louco é mentira.
O que eu sinto é frio e calor,
Se amando numa mentirosa guerra de amor.
O que existe, o que existe é tudo.
O que é morte, o que é a morte?
É só mais uma chegada,
Entre as infinitas que teremos que chegar.

O que preciso, sorriso.
O que desejo, beijos.
E beijo nos sorrisos
E os sorrisos nos beijos.

O que eu quero não é o fim da dor.
O que eu quero é o fim do sofrimento.
O que é preciso é sempre ter amor.
A dor existirá mas sofrer só no momento.

E quando chegarmos mais uma vez,
Não haverá mais guerras e mentiras,
Partiremos para a vida de verdade
E o frio será paz e o calor amor.

Amada loucura




Minha amada loucura,
Como espero você.
Que virá galopando o Sol,
Com um copo de mar na mão
E uma estrela a ser engolida.
Me pegará no colo
E me explicará
O verdadeiro insentido de tudo.
E me livrará da amargura da lógica.
Então passearei pelos campos confusos
De cores trocadas e infinitas mentiras.

Aliteração alfabética




Antes andava aos amanheceres.
Bastou brincar bobo no barro.
Caiu como cai uma cadente no céu.
De dúvidas doidas dividido do nada.
Eu e meus egos egoístas estavam.
Falando e fazendo façanhas sem fim.
Guiado a galope e a gongos gozando.
Homem, heróico, hércules, hermético.
Indizível, um índio inocente invejava.
Jovens juras jogadas à jaula.
Loucas lágrimas lavaram o lodo.
Maldoso o menino manchou um muro.
Nadava nuzinho naquele navio ninho.
Ondas ondulavam nos olhos dos outros.
Pequenas partículas de paz paradas no peito.
Quando o queijo qualquer da lua Lua qualhava.
Roíam os ratos os restos roubados da rua.
Soavam os sinos soltos sobre suas sombras.
Taças tristes e tontas tombavam turvas.
Uma úmida unha urgia unissônica.
Virgem vivia a vida violentamente visível.
Xérox de êxtase em extático exílio.
Zombando o zôo a zona de Zeus.

Alanis Pietra




Escrevi anjos na vida
Poemas de amor, sonhos e estrelas...
Compus versos brancos
E palavras de todas as cores.
Proclamei aos quatro ventos a paz.
Sentimentos borbulharam
E houve erupções em mim.
Cantei a vida, a morte...
Orei em versos a Deus.
Orei, orei e esperei...
Por você!
Que na verdade sempre foram os meus anjos
E que era a estrela distante
Que a luz eu esperava enxergar.
Era você a razão dos meus Sonhos de Ícaro.
E o Sol que eu ansiava encontrar.
A razão dos meus Amores, a razão do meu Amar,
A lógica da minha loucura
E as asas do meu voar...

Água fria




O paladar amargo da ausência.
A ausência amarga do paladar.
A necessidade instante do completo.
E a completa certeza do absurdo.

A água fria escorrendo por entre seus cabelos,
Durante o seu devaneio mais real.

A procura procura.
Quem não procura?
O encontro.

Você sempre esteve cara a cara.
Com a invisível verdade exposta.
Viu, disfarçou, deve existir outra.

A dúvida.
A incerteza.
O imprevisível inesperado, supresa!
Somente o que se pode esperar.
Não se pode esperar...
Esperar...